quinta-feira, junho 16, 2005

Em Órbita

Digo na lateral, que nada se pode conhecer e verdadeiramente apreciar, se se desconhece as suas raízes.
Ora este homem aqui ao lado, é um dos grandes inspiradores de muito do que se faz, desde há décadas, a nível de música popular. Por cá, que o diga o Rui Veloso. Robert Johnson, apelidado King of the Delta Blues, foi a fonte onde foram beber Eric Clapton e Jeff Beck, Stevie Winwood ou Peter Green. É a ele que agradeço muitas das horas de prazer que tenho usufruído ao longo da vida.
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Após o fim precipitado do Ritmo 64, surgiu na mesma frequência, aquele que seria talvez, o melhor programa de rádio de todos os tempos, e sem dúvida o mais inovador e revolucionário: Em Órbita. Eram, no início, 45 minutos de música só interrompidos a espaços pelo locutor assertivo e com informação oportuna. O programa era "anunciava" o seu início e o seu fim com o Revenge, um instrumental dos Kinks. Os separadores, eram, invariavelmente, excertos pequeneninos de Vivaldi, as Quatro Estações, normalmente.Uma das originais afirmações repetida no programa era:
Gostos, primeiro educam-se, depois discutem-se”.
Nunca mais me esqueci desta máxima, tão contra a corrente.
Nunca me esqueci da perplexidade causada (e consequentes protestos) quando em 1966, no rescaldo que habitualmente faziam ao fim de cada ano, dos melhores e dos piores, elegeram o Strangers in the Night, cantado pelo até então intocável Frank Sinatra, como a pior canção do ano.
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A primeira distorção que ouvi, foi a que iniciava o primeiro hit dos Kinks, You really got me”.
Conta-se que foi acidentalmente que Dave Davies, quando afinava a viola numa sessão de gravações, conseguiu aquele som, e aquela nova sonoridade acabou por se tornar, durante algum tempo a imagem de marca do grupo. Hoje, para um guitarrista iniciado, aquilo será básico, mas na altura, teve um impacto excepcional. E a verdade é que as violas nunca mais soaram da mesma maneira

Banda sonora: Revenge- Kinks

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