A censura na música
A censura é uma das armas mais poderosas dos regimes totalitários, no coarctar da liberdade, na castração da criatividade. E sabe-se como a criatividade e as manifestações artísticas são perigosamente subversivas na óptica desses regimes.
O curioso é que por vezes, alguns regimes de fachada democrática, sentem também a tentação de a usar. E se em regimes de liberdade condicionada a censura é abominável, nos pseudo-democráticos são ainda mais condenáveis, pois que usam de teorias paternalistas e patetas em relação ao povo, como se este não tivesse capacidade de auto-protecção. Apontam-se razões patéticas e demagógicas, e o censor, cai no ridículo.
Foi o que aconteceu há 35 anos, quando a inteligentzia que velava pela pureza do pensamento dos ouvintes das rádios do estado norte-americano do Illinois, proibiu a transmissão através do éter da canção dos Beatles “Yellow Submarine”, editada pasme-se, 5 anos antes. Uma canção que marcou, não só uma geração, mas que tem perdurado através de todas as seguintes, graças, creio eu, ao seu tom juvenil (além da evidente qualidade).
Mais ridículo ainda, quando na mesma leva saneou também das ondas da rádio, a canção infantil “Puff, the Magic Dragon”, cantada pelos Peter, Paul & Mary.
A razão evocada? Que fariam ambas a apologia do uso de drogas.
Vá-se lá saber porquê.
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