quinta-feira, novembro 17, 2005

O mais célebre riff de guitarra

Stones


Se fosse hoje, passava despercebido por banal. E no entanto, quando o feedback inicial de I Feel Fine foi escutado pela primeira vez, foi uma surpresa e um sucesso instantâneo. Creio não errar muito, se disser que foi a partir daí que a música popular deu o salto para uma maior inovação, principalmente no que diz respeito ao uso das guitarras, ou mais concretamente, à sua componente eléctrica.


The Beatles – I Feel Fine


De facto, até essa altura, os guitarristas durante as gravações, tentavam tocar com o virtuosismo que possuíam, sem recorrer a improvisações – essas eram guardadas para os concertos, e mesmo assim, moderadamente - e a parte eléctrica servia unicamente para amplificar o som das violas. É verdade que havia grandes guitarristas, nomeadamente oriundos da escola dos blues ou da música country. E em Inglaterra imperavam os Shadows, exímios executantes que deixaram escola, porém, sempre sem grandes rasgos. Devo dizer que os ouço sempre sem um entusiasmo excessivo. Nunca lhes consegui sentir um rasgo de génio, mau grado o virtuosismo de Hank Marvin.
Voltando aos rapazes de Liverpool, na altura eram muitas vezes depreciados pelos opinion-makers musicais da altura, nomeadamente nos EUA (a história do atraso na edição dos seus discos na América por uma etiqueta de renome é quase anedótico), e George Harrison, um guitarrista under rated. Porém, foi a ressonância da sua viola de 12 cordas que fez “voar” os Byrds.
E é na sequência desta revolução musical, que surge aquele que é possivelmente ainda hoje, o mais famoso riff de guitarra de todos os tempos, (I can’t get no) Satisfaction, tocado pelos Stones, o toque de génio que os haveria de guindar ao estatuto de super grupo, no verão de 1965.


Rolling Stones – (I can’t get no) Satisfaction

Numa listagem organizada em 2004 pela insuspeita Rolling Stone segundo a opinião de músicos, críticos e figuras da indústria fonográfica, e com o muito de discutível que estas listas sempre têm, Satisfaction ocupava um 2º lugar, logo atrás de Like a Rolling Stone, de Bob Dylan, o que dá uma ideia da valia da música de Jagger/Richards.
Confesso que fui perdendo o entusiasmo pelos Rolling Stones, após morte de Brian Jones, em 69. Digamos que o acontecimento coincidiu com o afastamento total por parte do grupo, das suas raízes “bluesianas”, e a fase inicial sim, é entusiasmante e imprescindível. Depois, ainda fizeram sair um ou dois álbuns interessantes, mas daí para a frente, fui sempre um ouvinte distante da sua música.
Poster Rolling Stones

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