sábado, outubro 01, 2005

Dia Mundial da Música

Dia Mundial da Música


Determinaram que o 1º de Outubro fosse o Dia Mundial da Música. Para quem gosta de música, seria desnecessária a efeméride, porque todos os dias são dias de música.
De qualquer forma, decidi assinalá-la de alguma forma, e assim decidi que durante os próximos dias, iria aqui deixar nota de alguns álbuns e canções que de algum modo marcaram épocas diferentes da minha vida. Se toda a música que aqui tenho deixado faz parte das minhas preferências, digamos que estes são os meus mais entre os mais.


Beatles – A day in the life

A última faixa do album Sgt. Pepper’s Lonely Heart Club Band, é o climax de um album que ficará para sempre na história da música pop, e uma das obras máximas do génio de John Lennon. Antecedido por duas jóias de grande valor como Rubber Soul e Revolver, se não se poderá determinar qual o melhor álbum dos Beatles, o Sgt. Peppers é com certeza o mais marcante. Uma mistura sem precedentes de musica pop com música clássica, psicadelia, music-hall e rock, um fio condutor que transforma a obra no que é considerado o 1º álbum conceptual de sempre.
Reza a lenda que o álbum, pela sua excelência, mas particularmente pela que continha de inovação, terá sido, infelizmente, determinante no agudizar dos graves distúrbios mentais de Brian Wilson, alma-mater dos Beach Boys, o prodigioso músico autor de Smile, frustrado por se ver permanentemente ultrapassado.


David Sylvian – Forbidden Colours

Curiosamente, também a última faixa do álbum de David Sylvian, Secrets of the Behive, provavelmente um dos melhores da década de 80, saído em 87, o ano de outra obra da qual sou fã, Joshua Tree, dos U2.
A música do princípio dos anos 80 não me trouxe grandes motivos de satisfações, como aliás já acontecera com os anos 70 com o evento do glam rock e do disco-sound, e posteriormente com o punk e pós-punk, que diga-se, quanto a mim só deu á luz 3 ou 4 nomes dignos de registo, e alguns de vida efémera, como os Clash ou os Smiths, os Joy Division ou Peter Murphy, Ian Dury ou os Talking Heads.
Diria que essa minha insatisfação talvez surja, não da falta de valores (se quisesse até poderia enumerar uma boa dúzia de nomes notáveis que entretanto apareceram, como os Roxy Music ou Kate Bush, os Dire Straits ou os Police e alguns neo-românticos), mas mais do facto de sentir que a minha época de descoberta tinha terminado. Depois, a vida profissional não me deixava, à altura, tanta disponibilidade de tempo como eu necessitava para ouvir tudo como gosto. Na altura, fui pois pela via mais fácil, seguindo quase só os que já conhecia e que me garantiam qualidade.
Do glam-rock surgira entretanto um grupo, os Japan, que nunca me chamar muito a atenção. Isto é, gostava de ouvir, mas não me fazia correr a comprar . Seria porém deles que emergiria David Sylvian, que juntamente com Sakamoto, compôs esta jóia, um dos mais esplêndidos álbuns que jamais ouvi. Uma obra de extremo bom gosto e à elegância da composição. Um sonho para se ouvir bem desperto.


R.E.M. - Nightswimming

Do album Automatic for the People dos R.E.M., 1992. Outro dos meus álbuns preferidos, um disco que se ouve do princípio ao fim, e no qual a dificuldade está em escolher qual a melhor faixa. Uma obra melancólica, por vezes dorida, mas de uma beleza extrema. Um disco coerente, que tirou as dúvidas que me tinha deixado Out of Time, e que de certo modo me varreu alguma desilusão que este me deixara. E a voz de Michael Stipe no seu melhor.

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