Sonhos Psicadélicos em Rosa
Ouvi pela primeira vez os Pink Floyd obviamente no Em Órbita, com a canção Arnold Lane, e logo a seguir com See Emily Play,
mas comecei a conhecê-los a sério através de um colega de liceu que nesse ano passou uma parte das férias grandes em Inglaterra, na apanha de morangos (strawberry fields forever, yes!), onde, além de umas férias diferentes, ia sempre arranjar umas massas por fora para, acima de tudo comprar uns discos que cá não havia. Nesse ano, em plena era psicadélica, um dos discos que ele trouxe debaixo do braço, era o The Piper at Gates of the Dawn, um LP que me impressionou, de tal modo nunca tinha ouvido nada semelhante, apesar de nesse mesmo ano ter sido editado aquele que é um dos marcos maiores da música do século XX, e mais especificamente do psicadelismo, o Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band.
Era o começo da música espacial, como aliás algumas canções nele incluído, sugerem, ex. Astronomy Domine ou Interstellar Overdrive, e também a obra percursora da vaga do chamada rock sinfónico, que integrou nomes tão notáveis como Camel ou Yes, Jethro Tull ou Hawkwind, Tangerine Dream ou Kraftwerk, King Krimson ou Alan Parsons.
Foi o único que Syd Barrett verdadeiramente marcou, apesar de ainda hoje haver pinkfloydianos (?) que dizem que os Pink nunca mais foram os mesmos sem o seu génio.
Se se falar nos Génesis, e por muito respeito que eu tenha pelos excelentes músicos que são Steve Hackett e Mike Rutherford, o grupo, para mim, só existiu até à saída de Peter Gabriel, e sempre achei que Phil Collins teria feito bem melhor se se tivesse mantido só na bateria. Quando se fala dos Dire Straits, só me lembro de Mark Knopfler. Mas aos Floyd, sempre os vi como um grupo, pelo que considero que essa opinião é uma enorme injustiça para com os que ficaram, mais David Gilmour, o guitarrista que o substituir, que deixaram uma das melhores e mais influentes discografias da 2ª metade do século.
Na verdade, se de Atom Heart Mother (um dos meus álbuns preferidos)
ou Ummaguma se pode dizer que não são obras muito divulgadas, Dark Side of the Moon é uma obra universal, Animals é uma parábola superior e Wish You Were Here um dos melhores álbuns de sempre, tal como The Wall, a obra universal com que, praticamente encerraram uma carreira ímpar.
A par da carreira em grupo, tanto David Gilmour como Roger Waters editaram discos a solo, dos quais se destacam The pros and cons of Hitch Hicking, de Waters, e o auto-intitulado, de Gilmour. Mas principalmente, e pela sua originalidade uma vez que nele quase só eram ouvidos os ruídos produzidos pelo corpo, o álbum de Waters de 1970, "Music from "The Body".
Guardo também com muito cuidado um VHS do concerto dos Pink em Veneza, transmitido pela televisão em directo há uns anos largos atrás. Uma pena nunca ter sido editado um dvd com esse magnífico concerto, quanto mais não fosse pela atmosfera feérica que o rodeou. Um espanto!
- Faço aqui uma ressalva para fazer notar que as opiniões que aqui expresso reflectem somente os meus gostos pessoais e nada mais que isso. Além do mais, não tenho pretensões a crítico musical.
1 Comentários:
Olá yardbyrd,
Quantas lembranças nos trás esta musica e este grupo...
Obrigado.
Enviar um comentário
<< Home