domingo, setembro 18, 2005

forever Young


May God bless and keep you always,
May your wishes all come true,
May you always do for others
And let others do for you.
May you build a ladder to the stars
And climb on every rung,
May you stay forever young,
Forever young, forever young,
May you stay forever young.
(Bob Dylan - Forever young)

Fossem estas palavras de Dylan dedicadas a Neil Young, e subscrevê-las-ia eu na íntegra. Penso que mais alguns da minha geração e outras muito mais jovens, e que têm tido o privilégio de conhecer a música do grande músico canadiano o fariam também.
Conheço-o desde os tempos em que fazia parte de um agrupamento de country-rock, na linha dos Byrds, de que hoje poucos recordarão, os Buffalo Springfield, ao qual pertencia também Stephen Stills, que mais tarde o acompanharia noutras aventuras


(Buffalo SpringfieldMr. Soul)


Embora o grupo tenha sobrevivido apenas dois anos, a influência deixada na música americana foi demasiado importante para ser ignorada, e grupos tão marcantes como os Jefferson Airplane, Nitty Gritty Dirt Band ou os The Band, não o renegavam. Mas Neil sempre foi um solitário, e a sua música ganhou expressão universal quando se lançou na carreira a solo, interrompida após dois álbuns (ambos notáveis, com realce para o 2º, onde pontifica o magnífico Everybody knows this is nowhere) , para formar um dos grandes super grupos da história do rock, os Crosby, Stills, Nash & Young, regressando após a gravação do álbum Déjá Vu, à sua condição de lonesome cowboy.



(Crosby, Stills, Nash & Young, - Helpless)



Não o podia ter feito de melhor forma. Se Déjà Vu era uma obra de grande fôlego, colectiva embora cada elemento, e Neil mais vincadamente, deixasse nele impressa a sua marca pessoal, o seu 3º álbum a solo, After the Gold Rush, é uma obra-prima, onde o seu talento transpira do 1º ao último acorde. A sensibilidade, o lirismo levado quase ao extremo em faixas como a que dá nome ao álbum, Don’t let you brings you down ou ou aquela que aqui deixo, dão-lhe uma atmosfera quase irreal. Recordo-me sempre do arrepio que senti quando ouvi o LP do princípio a fim, e repetido depois inúmeras vezes, até o vinil ficar gasto e inaudível. Pertencerá sempre ao meu top 10 de álbuns


(Neil Young Only love can break your heart)


Desde então, a sua música, abrangente e transversal a gostos – Neil tão depressa canta uma balada aparentemente frágil apoiado no dedilhar sábio da sua viola acústica, como se atira a um rock electrizante e frenético - afirmou-o como um dos grandes nomes do panorama musical, mantendo um padrão elevado e sempre imune a modas, intransigente com facilitismos, e legou-nos até hoje alguns dos melhores álbuns da musicografia norte-americana, nomeadamente Harvest ou Rust Never Sleeps, com os Crazy Horse, um extraordinário álbum com algumas faixas gravadas ao vivo e do qual costumo dizer que só a um génio como Young seria permitido desafinar assim publicamente.
Nota – Recentemente a saúde de Neil sofreu um abalo. Recuperou, e gravou novo álbum, Prairie Wind. Uma só palavra para o definir : Excelente

44353172_85851dfa11_m.jpg44353178_3ccd5abc2d_m.jpg


1 Comentários:

Blogger eli diz que...

Já um pouquinho mitigadas mas como bateram fortes as saudades hoje!
Beijo meu. T.

9:05 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home