forever Young
May your wishes all come true,
May you always do for others
And let others do for you.
May you build a ladder to the stars
And climb on every rung,
May you stay forever young,
Forever young, forever young,
May you stay forever young.
(Bob Dylan - Forever young)
Fossem estas palavras de Dylan dedicadas a Neil Young, e subscrevê-las-ia eu na íntegra. Penso que mais alguns da minha geração e outras muito mais jovens, e que têm tido o privilégio de conhecer a música do grande músico canadiano o fariam também.
Conheço-o desde os tempos em que fazia parte de um agrupamento de country-rock, na linha dos Byrds, de que hoje poucos recordarão, os Buffalo Springfield, ao qual pertencia também Stephen Stills, que mais tarde o acompanharia noutras aventuras
(Buffalo Springfield – Mr. Soul)
Embora o grupo tenha sobrevivido apenas dois anos, a influência deixada na música americana foi demasiado importante para ser ignorada, e grupos tão marcantes como os Jefferson Airplane, Nitty Gritty Dirt Band ou os The Band, não o renegavam. Mas Neil sempre foi um solitário, e a sua música ganhou expressão universal quando se lançou na carreira a solo, interrompida após dois álbuns (ambos notáveis, com realce para o 2º, onde pontifica o magnífico Everybody knows this is nowhere) , para formar um dos grandes super grupos da história do rock, os Crosby, Stills, Nash & Young, regressando após a gravação do álbum Déjá Vu, à sua condição de lonesome cowboy.
(Crosby, Stills, Nash & Young, - Helpless)
Não o podia ter feito de melhor forma. Se Déjà Vu era uma obra de grande fôlego, colectiva embora cada elemento, e Neil mais vincadamente, deixasse nele impressa a sua marca pessoal, o seu 3º álbum a solo, After the Gold Rush, é uma obra-prima, onde o seu talento transpira do 1º ao último acorde. A sensibilidade, o lirismo levado quase ao extremo em faixas como a que dá nome ao álbum, Don’t let you brings you down ou ou aquela que aqui deixo, dão-lhe uma atmosfera quase irreal. Recordo-me sempre do arrepio que senti quando ouvi o LP do princípio a fim, e repetido depois inúmeras vezes, até o vinil ficar gasto e inaudível. Pertencerá sempre ao meu top 10 de álbuns
(Neil Young – Only love can break your heart)
Desde então, a sua música, abrangente e transversal a gostos – Neil tão depressa canta uma balada aparentemente frágil apoiado no dedilhar sábio da sua viola acústica, como se atira a um rock electrizante e frenético - afirmou-o como um dos grandes nomes do panorama musical, mantendo um padrão elevado e sempre imune a modas, intransigente com facilitismos, e legou-nos até hoje alguns dos melhores álbuns da musicografia norte-americana, nomeadamente Harvest ou Rust Never Sleeps, com os Crazy Horse, um extraordinário álbum com algumas faixas gravadas ao vivo e do qual costumo dizer que só a um génio como Young seria permitido desafinar assim publicamente.
Nota – Recentemente a saúde de Neil sofreu um abalo. Recuperou, e gravou novo álbum, Prairie Wind. Uma só palavra para o definir : Excelente
1 Comentários:
Já um pouquinho mitigadas mas como bateram fortes as saudades hoje!
Beijo meu. T.
Enviar um comentário
<< Home