The Move - Ou o psicadelismo em todo o seu esplendor
Não me recordo se já os referi aqui, mesmo que ao de leve, mas mesmo que o tenha feito, reafirmo aqui a importância que este grupo - The Move- teve, no despertar do meu interesse pela música psicadélica que literalmente varreu Inglaterra e Estados Unidos na 2ª metade dos anos 60, e que ainda hoje tem seguidores.
Hoje, já só são reconhecidos por alguns nostálgicos, e no entanto não tenho receio de dizer que foram eles os autores de algumas das músicas que mais sucesso tiveram nos tops entre 1966 e 1969. Curiosamente, os seus sucessores - como se sabe pela altura era vulgar os grupos assumirem novas entidades, muitas vezes mesmo que o line up se mantivesse quase inalterado, o que não foi o caso - os Electric Light Orchestra serão porventura mais conhecidos, e no entanto nunca me agradaram tanto como os Move, talvez porque as suas composições passaram a ser mais rebuscadas, grças ao surgimento do rock sinfónico, movimento no qual
de certo modo, se integraram.
Este grupo de Birmingham, formado como suporte para David Bowie, na altura actuando ainda sob o nome de Davy Jones, e que era na sua génese liderado por Roy Wood e Carl Wayne, a voz do grupo, depois com o apoio de Jeff Lynne, pouco sucesso teve no mercado americano apesar do seu estilo de música, mormente no que dizia respeito ás harmonias de vozes, tinha muito a ver com o que então se fazia na West Coas, nomeadamente por grupos como os Moby Grape (que terá sido um dos maiores flops musicais americano, um grupo que se assegurava ir dominar a cena musical norte-americana e que acabou sem honra nem glória), ou os Love, de Albert Lee.
As actuações ao vivo dos The Move, só teriam comparação com as dos The Who, nomeadamente devido ao ambiente catastrófico que as caracterizava, com a destruição de televisões e instrumentos musicais, e ficaram quase como uma imagem de marca, de tal forma que chegaram a ser banidos da maior parte das salas de espectáculos da Grã-Bretanha e no resto da Europa, devido ao caos que na maior parte das vezes delas resultava.
As campanhas de lançamento de novos discos não eram menos estrepitosas, e numa delas chegaram a fazer figurar o então 1º ministro inglês, Harold Wilson, em trajes menores, que lhes valeu uma acção judicial e a consequente e pesada indemnização. Mas seria de todo injusto dizer que a fama que então gozavam provinha de factos marginais à sua qualidade musical.
Na altura, a onda musical mudava rapidamente, e a maioria dos grupos, se queriam ter sucesso, tinham que mudar com ela, ou serem os próprios a próprios a serem a força motriz de tais mudanças. Mas essa função, a de determinar os rumos, só está ao alcance de alguns. E as mudanças que os líderes do grupo foram efectuando no rumo musical do grupo que causou insatisfação em alguns dos seus membros, que aos poucos foram abandonando o barco. De tal forma que, a certa altura, deixou de fazer sentido manter-se o grupo, tendo os membros remanescentes resolvido fundar os ELO.
Dos The Move, ficaram álbuns como “The Move” ou “Shazam”, e grandes hits como Fire Brigade, I can hear the grass grow, Hey grandma ou Flowers in the rain (muito ao gosto de então, do Flower Power).
Nota - Nesta corrente, e porque provavelmente não mais falarei deles, gostaria de deixar aqui uma nota sobre alguns grupos há muito desaparecidos e esquecidos, mas que têm alguns trabalhos assinaláveis:
Os já referidos Love e Moby Grape, os Traffic (um grupo extraordinário, lderado por Stevie Winwood e Jim Capaldi), Association, Lemon Pipers, Strawberry Alarm Clock, Pinkerton Assorted Colours ou os Soft Machine.
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