A estrada de Katmandu
Nessa época, era inevitável, todos sonhávamos com a estrada para Katmandou, levados pela cítara de George Harrison, do Donovan ou do Brian Jones em “Paint it black“. Ou pelo Eight Miles High, dos Byrds, ou o For Your Love dos Yardbirds.
Ingenuamente, alguns de nós, desterrados num fim de mundo onde mal se conseguiam notícias do exterior, e as poucas que chegavam vinham já filtradas por um crivo severo, acreditávamos que esse percurso era feito por muitos dos nossos ídolos, na busca da inspiração. É certo que pairava no ar a estranheza ao assistirmos a cenas como a de Jimi Hendrix em Monterey…
Ingenuamente, alguns de nós, desterrados num fim de mundo onde mal se conseguiam notícias do exterior, e as poucas que chegavam vinham já filtradas por um crivo severo, acreditávamos que esse percurso era feito por muitos dos nossos ídolos, na busca da inspiração. É certo que pairava no ar a estranheza ao assistirmos a cenas como a de Jimi Hendrix em Monterey…
…mas tudo explicávamos a nós próprios como excentricidades de génios e aplaudíamos.
Mas a estrada que pensáramos um dia nos conduziria ao paraíso da música, da paz e do amor, tinha um desvio para o inferno, e o despertar foi doloroso, quando começámos a saber do desaparecimento de alguns que venerávamos, Jimi num dia, Janis Joplin noutro, Morrison mais tarde. E muitos outros.
Mas se estes que menciono deixaram o nome gravado a ouro e mesmo gerações que não lhes foram contemporâneas os conhecem, outros desapareceram sem quase deixar notícia para a posteridade, a não ser as pegadas na memória dos que os ouviam com admiração.
È desses que falo hoje.
No dealbar da psicadelia, Los Angeles foi um alfobre de grandes talentos. De lá surgiram os Jefferson Airplane, os Moby Grape, The Mamas and the Papas e muitos ouutros. Entre eles destacou-se um grupo, The Association, composto por músicos de várias origens, que inspirados pela música dos New Christy Ministrels e pelos Serendipity Singers, e influenciados pela música que então se fazia na West Coast, tentaram a fusão dos dois estilos, do qual resultou um pop-rock baseado em acordes vocais perfeitos (alguns bem ao estilo dos Beach Boys), e linhas melódicas simples, mas de um bom gosto evidente.
Mas a roda da fortuna durou pouco para o septeto. Problemas com editoras e com drogas, más actuações ao vivo e por fim a morte em 1973 do seu baixista Brian Cole por overdose, foram as causas directas do progressivo eclipse da banda e no mesmo ano, o grupo desfez-se sem glória, deixando no entanto, uma obra apreciável, mas hoje, quase esquecida mesmo nos EUA .
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