sábado, março 24, 2007

Who Are You?

0000 The Who

O anúncio de que a próxima tournée dos “the Who” passará por cá, remeteu-me a algumas reflexões e uma certeza. Deixo esta para o fim.
Reflicto, por exemplo, o que leva uns tipos de 60 anos que devem ter uma conta bancária recheada, a percorrer o mundo em busca de mais uns cobres. Claro que há aquela sempre aquela frase “You’re never too rich, you’re never too thin”, mas isso no caso, não me pareça que faça muito sentido. Repito, que fará correr estes tipos? Porque isto de ter 60 anos e praticar um rock enérgico, muitas vezes alucinante, não é para qualquer. Pois, há sempre os Stones, mas desses, só transpira o Jagger e à custa sabe-se lá do quê (notoriamente, o mesmo se poderá dizer dos 2 The Who sobreviventes). Mantenho reticências, apesar de defender que cada um tem o direito de acabar quando quiser e ao que parece, muitos performers sonham morrer em palco.
Outra das reflexões é sobre a sua re-união ao fim de anos de separação, quando é sabido que as precedentes só serviriam para desiludir muitos dos seguidores mais antigos da banda. Como agravante, o facto de Entwistle entretanto ter falecido, ele que tinha sido sempre uma das alavancas de anteriores reuniões. Paralelamente, poderá dizer-se que também os Police se voltam agora a reunir. No entanto, e a distingui-los o facto de os Police terem sempre mantido a sua reputação em alta. Pelo contrário, as vidas particulares dos The Who, nomeadamente de Peter Townshend que chegou a enfrentar acusações de pedofilia, ajudaram à debandada de muitos fãs.

Keith Moon


A decisão é que não os irei ver. Os The Who, banda líder do movimento Mod” londrino nos anos 60, tinham um carisma muito particular baseado na personalidade delirante do seu baterista Keith Moon, que o atiravam para prestações quase selvagens em palco, acompanhado pela postura agressiva do solista Townshend (tornaram-se históricas as destruições de guitarras e baterias em pleno palco, e que eram quase uma imagem de marca de grupo), e pela potência da voz de Daltrey que conseguia o feito de se fazer acima do aparente caos musical que o circundava. A um canto, um plácido Entwistle, baixista de grandes recursos, cumpria a sua parte, como que alheado do furacão que atravessava o palco.
Ora faltando precisamente o incendiário Moon, vítima de overdose em 1978, à existência dos The Who faltará algum sentido. Na minha perspectiva, os The Who sem Moon, serão mais ou menos os Génesis depois de Peter Gabriel. Isto é, poucochinho.
Os tempos de I can’t explain, My Generation (um dos hinos da geração dos 60, ou mesmo de Who are you vão longe. Assim, prefiro preservar a imagem que tenho de uma das maiores bandas de rock de sempre, percursores indiscutíveis do heavy rock, e dispenso o bilhete

3 Comentários:

Blogger sem-comentarios diz que...

Os The Who era uma grande banda e irreverentes, na altura em que surgiram :=)*

8:19 da tarde  
Blogger spring diz que...

olá yardbird!

descobrimos este teu blogue musical,
vamos adicioná-lo aos nossos favoritos.

The Who possui dois albuns fabulosos para nós o "Tommy" e o "Quadrophenia" e adoramos a versão em ópera do "Tommy" com esse inesquecível "I'm free" cantado pelo roger daltrey
um abraço rock & cinéfilo
paula e rui lima

10:51 da manhã  
Blogger joao diz que...

bom texto

1:20 da manhã  

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