Conversões (1) - The Moody Blues
É verdade que me lembro muito de tempos antigos. E da música que se fazia então, e que me marcou de forma indelével. Por vezes pequenos nomes, que me disseram muito. Quando falo em pequenos nomes, refiro-me a alguns de que já aqui falei, os “one hit acts”, ou outros, que por uma razão ou outra nunca chegaram sequer a figurar na categoria dos ilustres.
Por vezes, aparecia uma canção, ouvia-a, procurava saber quem a cantava e augurava-lhe futuro. Mas alguns ficavam mesmo pelo caminho, e nunca mais se ouvia falar deles. Para o futuro, sobejava a “tal” canção.
Confesso que a certa altura, foi o que me pareceu ir acontecer aos Moody Blues, uma das melhores bandas de rythm’n’blues (que espanto, hein?), de Inglaterra, e que se tornaram conhecidos com uma canção que foi um hit instantâneo em Novembro de 1964: “Go Now”, uma cover de Larry Banks.
Por vezes, aparecia uma canção, ouvia-a, procurava saber quem a cantava e augurava-lhe futuro. Mas alguns ficavam mesmo pelo caminho, e nunca mais se ouvia falar deles. Para o futuro, sobejava a “tal” canção.
Confesso que a certa altura, foi o que me pareceu ir acontecer aos Moody Blues, uma das melhores bandas de rythm’n’blues (que espanto, hein?), de Inglaterra, e que se tornaram conhecidos com uma canção que foi um hit instantâneo em Novembro de 1964: “Go Now”, uma cover de Larry Banks.
A carreira dos Moody Blues pode-se dividir em duas fases bem distintas, e a primeira, embora não se resumisse à “tal” canção, pouco mais adiantou. Em 1965 editaram um LP - The Magnificent Moodies - onde incluíam uma belíssima versão de “It Ain’t Necessarily So“, (Gershwin), cantada de forma quase melodramática, e ainda uma canção que teve algum sucesso, embora não tivesse subido muito nas charts: “From the bottom of my heart”.
Esse facto pareceu determinante para o grupo e em fins desse ano, a banda de Birmingham parecia à beira do fim, e o ano seguinte foi de penosa travessia no deserto, apesar da renovação verificada na linha do grupo, com a entrada de John Lodge e Justin Hayward. Foi então que pensei que a banda, acabaria como tantas outras, incapaz de se reinventar.
Mas não. A entrada destes dois músicos foi decisiva na inflexão da música e da carreira dos Moody Blues. Apesar de se tratar de uma obra colectiva, “Days of Future Passed”, o sumptuoso álbum dos Moody Blues editado nas derradeiras semanas de 1967 e que foi uum êxito planetário, nota-se a presença inovadora dáqueles dois músicos.
Este, e apesar das influências psicadélicas bem vincadas terá sido quanto a mim, a obra percursora do rock sinfónico que se avizinhava, apesar de já anteriormente os Beatles tivessem recorrido à colaboração de uma grande orquestra, no seu fabuloso “A Day in the Life”.
Mas não. A entrada destes dois músicos foi decisiva na inflexão da música e da carreira dos Moody Blues. Apesar de se tratar de uma obra colectiva, “Days of Future Passed”, o sumptuoso álbum dos Moody Blues editado nas derradeiras semanas de 1967 e que foi uum êxito planetário, nota-se a presença inovadora dáqueles dois músicos.
Este, e apesar das influências psicadélicas bem vincadas terá sido quanto a mim, a obra percursora do rock sinfónico que se avizinhava, apesar de já anteriormente os Beatles tivessem recorrido à colaboração de uma grande orquestra, no seu fabuloso “A Day in the Life”.
E assim se assistia à ressurreição dos Moody Blues que se julgavam mortos, e de quem aqui se falará mais adiante.
Etiquetas: The Moody Blues
8 Comentários:
Pois, caro Yardbird, cá por mim bem podiam ter morrido, já que penso as saídas de Laine e Warwick e as entradas de Lodge e Hayward só atrasaram. De um mtº bom grupo de R'B, passámos a um outro que produz uma música apenas pomposa e gongórica com recurso a um "melotron". Bah... Tb devo dizer que não é comigo que o rock sinfónico sobreviveria! E o "Days..." ainda enfim. A partir daí, é só para baixo.
Bom, sublinho que após a saída de Laine e Warwick e antes do "Days..." ainda foi editado um EP - conheci-o na edição francesa - com material já gravado, que incluía "Boulevard de la Madeleine", Life's Not Life" e "This Is my House", todos Pinder-Laine. O meu "Magnificent Moodies" em versão CD inclui esses bónus.
Abraço
olá yardbird!
pois nós gostamos da fase dos Moody nascida a partir desse album "sinfónico" de 1967 que deixou o mundo literalmente de boca aberta
um abraço cinéfilo
Os Moody Blues só passaram efectivamente a existir como banda de referência (e quantas se podem orgulhar de serem em si mesmas uma referência?) a partir da entrada do Lodge e sobretudo do Justin Hayward. Antes disso eram apenas uma banda de R&B tout court, como existiram centenas de outras e cujos nomes o tempo se encarregou de apagar (e esse tempo por vezes não ia além de meia dúzia de meses). Ou alguém duvida que se não tivesse havido a referida mudança o nome "Moody Blues" hoje teria algum significado?
Caro Rato:
O que teria acontecido, não sabemos: é pura especulação. Mas lembro que "Go Now" tinha sido #1 no UK e #10 nos USA. Quantas bandas o conseguiram? Claro que os MoodyBlues se tornaram numa banda de referência, mas os ABBA - só para citar um exemplo - também o são. Só + uma nota: Magnificent Moodies é o album dos "Moodies" mais classificado pela Rolling Stone (***1/2), seguido de Days of... (***). Como termo de comparação, os seguintes "levam" *1/2. Acrescentam: "They invented a sort of easy-listening psychedelia that resolutely combined the worst of both worls". Podia continuar mas não vale a pena. A Rolling Stone não é deus, Umas vezes terá dúvidas e outras engana-se, e por vezes estou em desacordo c/ ela. Mas olhe: é uma referência!!!
Amigo JC, a viragem dos Moody Blues era inevitável, uma vez que em 66 as actuações delea já só se resumiam à habitual ronda dos cabarets ingleses e pequenas tournées pelos países mais chegados cantando sucessos "antigos". E o meu caro sabe como eram vertiginosos os tempos de então. Um ano sem um hit e era o esquecimento total, especialmente nos EUA, o grande e desejado mercado. E a verdade é que após o Go Now foi o vazio em termos norte-americanos, enquanto outros grupos de r&b iam despontando, como o Spencer Davis Group, ao mesmo tempo que a América despertava e as bandas norte americanas ocupavam os tops.
Também gostei bastante da 1ª fase do Moody - tenho esse CD, que é excelente, como diz - já da 2ª não poderi dizer o mesmo, embora não seja tão...severo.
Penso que o Days é um disco marcante e definidor de um estilo de música que, também a mim, não me entusiasmou por aí além. Os seguintes foram com efeito, pouco mais que audíveis. Bem pior saiu das mãos de alguns que lhes seguiram o caminho.
Abraço
Olá, Rui
Eu não sou assim tão fã do rock sinfónico. Penso que se fizeram muitas aberrações, que houve algum oportunismo.
Sabes como é, nem tudo o que luz é ouro.
Abraço
Caro Rato,
Houve vários grupos de r&b que com efeito tiveram duração efémera, mas alguns, e apesar da vida curta, ainda hoje sobrevivem na memória e discotecas de alguns.
Os Them, por exemplo, tiveram vida curta e apesar disso, continuam a ser uma referência, tal como os Pretty Things, que não se podem considerar um grupo de dimensão universal, mas que foram muito importantes, na evolução musical do panorama britânico.
Portanto, acho que sim, que mesmo que não tivessem mudado o seu estilo de música, os Moodies ainda hoje seriam recordados.
Cuumprimentos
Amigo JC,
Essas seriam - mais ou menos - as classificações que eu lhes daria, apesar de fazer alguma distinção entre o In search of the lost chord e os seguintes, isto é, acho que foi sempre a descer. Mas não esqueço que do movimento sairam nomes tão importantes como os Genesis (1ª fase), King Crimson ou Procol Harum
Abraço
Enviar um comentário
<< Home