terça-feira, janeiro 15, 2008

Incontornáveis/1966 - 2ª parte

Continuando a deambulação pelo extraordinário ano de 1966, continuemos pois com os álbuns mais importantes,:
The Spencer Davies Group - Autumn 66 -Este álbum será, quanto a mim, dos mais importantes do ano, por ser nele que se revela definitivamente um dos meninos prodígio da década, Stevie Winwood, uma das personalidades mais reservadas do panorama musical. E este facto terá de algum modo condicionado a carreira de um performer de qualidades invulgares, que nunca chegou a alcançar plenamente o reconhecimento que deveria ter tido.
Do álbum - segundo do grupo - constavam alguns dos mais conseguidos temas de r’n’blues cantados por Stevie, como Midnight Special ou When I come home, para além do seu mega-hit Somebody help me e de uma faixa que aprecio especialmente, High Time, que tinha um riff de guitarra muito semelhante ao de Keep on running.
John Mayall with Eric Clapton - Bluesbreakers - .Mas se o Lp anterior foi importante, que dizer deste? Da reunião de um dos pais dos “blue eyed blues” com o então maior génio da guitarra, ambos acolitados por dois outros executantes de eleição, John McVie e Hughie Flint, só poderia sair um produto de qualidade extra, que é o que é este álbum, o melhor álbum de r’n’blues alguma vez gravado em terras de Sua majestade.
De referir, por exemplo, o que a propósito deste álbum diz, a certa altura da sua análise, a “Classic Rock”:
“But his piéce de resistence comes on the six-minute Have You Heard, another Mayall original where Clapton effectively redefines the slow blues guitar solo for the next decade”.
The Kinks - Face to face - O primeiro álbum dos Kinks depois do seu banimento dos EUA, e que marca uma deriva (positiva) na música dos Kinks, mas principalmente da lírica de Ray Davies. É um álbum determinante também no aspecto em que se trata do primeiro integralmente composto por Ray. Creio que a “aventura americana” determinou fatalmente esta mudança, que nos traz um Davies impiedoso para com a sociedade, amargo mas cheio de humor, um humor mordaz e certeiro que na época não encontrava semelhança.
O álbum contém faixas impossíveis de omitir em qualquer compilação decente da década, como sejam Sunny Afternoon, Party Line ou o meu preferido Dandy. Ouvido o álbum, pouco se reconhece dos Kinks de You Really Got Me.
The Byrds - Fifth Dimension - Este é para mim, o melhor álbum dos Byrds. Eight Miles High, canção banida por rádios americanas, é fulcral para a emergência de um contra-ataque norte-americano á British Invasion, mas não só. A abordagem do guitarrista Roger McGuinn é completamente diferente de tudo o que até então se tinha feito e determina o nascer da era psicadélica. Mas deixar a análise do Lp por uma canção, seria demasiado redutor. As diversificadas abordagens dos Byrds aos temas, as influências jazzisticas, as inovações a nível sonoro, fazem deste trabalho, algo de memorável. Faixas a reter: Mr. Spaceman, 5th Dimension, Eight Miles High, John Riley.

The Mothers of Invention - Freak Out - Este é o primeiro trabalho editado, daquele que seria uma das personalidades mais fantásticas da cena musical mundial, da segunda metade do século XX. Na verdade, e embora os Mothers of Invention fosse um agrupamento de músicos de 1ª água, difícil seria Frank Zappa, alma-mater do grupo, não se afirmar individualmente, tal a exuberância da sua personalidade e do seu génio criativo.
Definir este álbum à luz dos padrões da época torna-se difícil, porque não respeitava nenhum. Resumidamente, pode-se dizer sem receio de errar muito, que se trata de uma obra ambiciosa de música avant garde, onde todos os conceitos musicais ou artísticos tout-court, de Zappa estão presentes, tal como a sua visão crítica sobre a conservadora e hipócrita sociedade americana e seus lideres, que seriam alvos preferenciais de Zappa durante a toda a sua fecunda carreira.

4 Comentários:

Blogger JC diz que...

Caro Yardbird:
Penso existe uma pequena incorreção. "High Time" não é "High Time Baby"? É que só por "High Time" não conheço, ou melhor, conheço apenas o tema do Paul Jones. Diga-me se estou ou não correcto. Sou tb um admirador entusiasta de Steve Winwood, claro. V. deve ter o CD duplo Eight Gigs a Week - The Steve Winwood Years. Se não tem, fica a recomendação.
Quanto aos Byrds, prefiro os 2 primeiros álbuns, "Mr Tambourine Man" e "Turn, Turn, Turn". Feitios...

10:26 da tarde  
Blogger VdeAlmeida diz que...

Meu caro JC

Fica feita a correcção, a canção chama-se mesmo High Time, Baby.
Claro que tenho esse Cd. Óptimo!
Aliás, em cd é o único que tenho do Spencer Davis Group.
Quanto à divergência...nada a fazer!
:-)
Abraço

12:12 da manhã  
Blogger Unknown diz que...

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4:32 da manhã  
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