terça-feira, fevereiro 21, 2006

Um disco à 3ª feira: Television - Marquee Moon

Inicio esta semana neste blog, uma iniciativa a que aderi umas semanas atrás e que vinha editando nos Novos Voos. Esta mudança deve-se ao facto de me parecer que os temas se enquadram mais no espírito deste local do que no dos Voos.
Dada a explicação para a mudança, vamos aos factos:

Nunca fui um entusiasta do punk, mas reconheço sem custo que dele surgiram verdadeiras obras-primas.
Marquee Moon, dos Television, é certamente uma delas.
O álbum, que se deve ao génio do guitarrista Tom Verlaine, bem acolitado por Richard Lloyd, é uma sequência sem mácula de pequenas canções. Uma sequência a roçar a perfeição, e que me parece que nunca mais foi conseguido por grupos semelhantes. É o rock de garagem no seu estado puro, e se o punk morreu, é impossível fazer uma retrospecção sem referir a obra maior dos Television.
Só assim a "leitura" se tornará compreensível.


Television - Venus

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Shine on you crazy diamond

Shine on you


Como espero que esteja quentinho e com sol a brilhar no sítio para onde vou durante uns dias, deixo-vos aqui uma "tune" a condizer.
Mas podem sempre pôr as de baixo a tocar.
Até já!


Pink Floyd - Shine on you crazy diamond

domingo, fevereiro 05, 2006

Músicas da vida - III, os anos 70

Gerry rafferty

Gerry Rafferty


Reatando o fio à meada, falaria agora de músicas que considero importantes numa década que, em parte, me desiludiu.
Embora o seu início fosse prometedor, com uma fase de consolidação do rock progressivo, marcado por obras de grande fôlego como Close to the Edge dos Yes ou Selling England by the Pound dos Genesis, ou do chamado folk ou country-rock, onde pontificavam os Quicksilver, The Band e outros, a verdade é que ao mesmo tempo surgia uma corrente de música-pimba, de canções de refrão repetitivo e sem conteúdo, fornecido com melodias melosas e fáceis, destinada principalmente ao público muito festivaleiro e pouco exigente (e não leiam aqui qualquer espécie de preconceito), ou mesmo um pseudo heavy-rock, de muito barulho e pouco virtuosismo, e que haveria de gerar alguns desvios muito pouco agradáveis Uma parte do glam-rock era completamente rasca e a seguir veio o disco-sound, do qual nunca fui também um apreciador, embora dele tenham sobressaído nomes dignos de registo. E perto do fim da década, surge o punk, estilo com o qual nunca me consegui identificar, embora dele emergisse um senhor que muito aprecio e cujas canções me divertem sempre, como a que segue:


Ian Dury – Hit me with your rythm stick


Mas houve também muita coisa boa, embora então já se avaliasse mais a obra no seu conjunto, que uma ou outra canção de per si. Por exemplo, tenho dificuldade em destacar uma canção de qualquer dos álbuns dos Van der Graaf, ou de Dark Side of the Moon ou, ainda com mais acuidade, em The Lamb lies down on Broadway, até porque assisti ao memorável concerto de Cascais, em 1975, e aí, Peter Gabriel e os seus Génesis tiveram o cuidado de o interpretar de princípio a fim, tal qual está gravado.
E ficaram algumas músicas que são impossível não associar à década, como Baker Street, do escocês Gerry Rafferty, cujo riff de saxofone, será provavelmente o mais conhecido da história da pop.


Gerry Rafferty – Baker Street


Infelizmente, a obra de Rafferty, excluindo obviamente a canção acima, nunca foi muito reconhecida, até porque a sua personalidade controversa nunca lhe facilitou as relações com as editoras.

george1


Outra música marcante da década foi My Sweet Lord, de George Harrison, já liberto da sombra da dupla Lennon/McCartney, e que fazia parte de um cd triplo All Things must Pass, um dos mais vendidos da época. Coincidia a edição do álbum com uma fase mística de George, e que o induziu a uma participação activa em causas humanitárias, tendo mesmo promovido um concerto com receita em favor da tragédia humanitária do Bangla-Desh, para o qual convidou vários amigos, entre os quais Eric Clapton e Bob Dylan, e que deu origem a um álbum recentemente reeditado


George Harrison – My Sweet Lord

Father and son de Cat Stevens, ou Hollywood Nights, de Bob Seeger, seriam outras pequenas peças, que a par de Bohemian Rapsody, dos Queen, ou Dreamer, dos Supertramp fazem a história da música popular da década, seria imperdoável não referir A walk on the wild side, que Lou Reed integrou num dos melhores álbuns de todos os tempos, Transformer, ou qualquer uma das primeiras editadas pelos Police, mas tenho para mim como uma grande recordação, Sultans of Swing, dos Dire Straits. Uma música que foi, desde o primeiro acorde que lhe ouvi, uma das minhas preferidas, talvez pela sonoridade original da guitarra de Mark, pelo seu talento e virtuosismo, pela diferença em relação a tudo o que ouvira até então.


Dire Straits – Sultans of Swing

Outras canções da década:
Imagine – John Lennon (como é óbvio, esta, só não consta acima, porque já cá esteve)
Stairway to heaven – Led Zeppelin (e esta, idem)
Smoke on Water – Deep Purple
Bridge over troubled water – Simon and Garfunkel
25 or 6 to 4 – Chicago
Me and Bobby McGee – Janis Joplin
Cocaine – Eric Clapton
Almost Cut my hair – Crosby, Stills, Nash and Young
Show me the way – Peter Frampton
Changes – Black Sabath

Não estranhem a música permanecer a mesma durante uns dias, e as de cima não tocarem: a NetCabo está em manutenção dos alojamentos e enquanto durar, não poderei fazer alterações. E como a NetCabo é muito rápida a resolver problemas, já me avisou que estará tudo resolvido lá para o dia 10. Só me resta ter paciência.