Genesis - 1970No início dos anos 70, tinha o seu apogeu o movimento do rock-sinfónico que acabou por ser um pouco misturado com o rock-espacial, que terá tido na sua génese o grupo
Nice, de que fazia parte
Keith Emerson, mais tarde membro fundador dos
Emerson, Lake and Palmer, um dos grupos mais representativos do movimento, os
Electric Light Orchestra, que
Jeff Lynne fez renascer das cinzas dos
Move, os
Pink Floyd e os renascidos
Moody Blues, depois da incorporação de
Justin Hayward.
Foi uma corrente de extremos: fez-se do péssimo ao óptimo, e dele ficaram nomes que ainda resistem, como os
Jethro Tull – embora sempre me tenha parecido que
Ian Anderson fazia uma música muito sui-generis e pouco catalogável – os
Yes, que nas suas inúmeras reencarnações, cada uma pior que a outra, deixando quem os apreciava sempre saudosos de um
Close to the Edge, os imperdíveis
Van der Graaf Generator do génio
Peter Hamill, ou os
King Krimson. Pelo caminho, definitivamente os Génesis, autores de algumas das obras maiores desse género de música, os
Camel, os Gentle Giant, Procol Harum ou Alan Parsons.
Moody Blues - Dawn is a feelingEste movimento encontrou um eco especial na Europa Central, especialmente na Alemanha, onde os
Tangerine Dream, os
Trumvirat e os
Kraftwerk alcançaram uma notoriedade mundial que até aí nenhum grupo fora do eixo anglo-saxónico tinha conseguido.
Foi a altura das teclas fazerem a sua aparição em força, e muitas vezes, os espectáculos ao vivo eram uma exibição fantástica de pianos e órgãos que ocupavam quase todo o espaço cénico.
Devo dizer que tive o particular prazer de assistir ao último concerto dos Génesis ainda com Peter Gabriel, no Pavilhão de Cascais, evento que até hoje não esqueci.
Só tive pena de nunca conseguir assistir a um dos espectáculos do mago Ian Anderson, quando ele estava em plena forma. Um autêntico flautista de Hamelin da era moderna. O que vale é que há sempre os Dvd’s.
- Jethro Tull – Hunting Girl (do album ao vivo Bursting Out)-Torna-se maçador o evocar de nomes, e o que pretendo na maioria das vezes é fornecer a quem certos nomes são menos familiares, uma indicação sobre os que, na minha óptica, valem a pena a audição.
Dessa época, deixando de fora a obra dos Pink, por me parecer que ela é por demais conhecida, referirei aquelas que me parecem ser obras marcantes da época em que a música popular mais se aproximou da clássica.
Assim, se da obra dos Génesis difícil será difícil escolher entre as obras-primas que são Selling England by the Pound, The Lamb lies down on Broadway, ou Nursery Crime, e dos Jethro Tull me é quase impossível estabelecer preferência entre Stand Up ou Aqualung, aí vai uma lista restrita dos álbuns preferidos
Alan Parsons Project - I Robot; Camel - The Snow Goose; Electric Light Orchestra - The Electric Light Orchestra; Emerson, lake & Palmer - ELP; Genesis - Selling England by the Pound
Gentle Giant - Octopus (e já agora, o curioso In a Glass House); Jethro Tull - Aqualung; King Krimson - In the Court o Krimson King; Kraftwerk - Trans-Europe Express; Mike Oldfield - Tubular Bells
Moody Blues - Days of Future Passed; Procol Harum - Procol Harum; Triumvirat - Spartacus; Van der Graaf Generator - The Quiet Zone/The Pleasure Dome: Yes - Close to the edge
Gentle Giant – An Inmates Lullaby (do album In a Glass House)
Muita da música electrónica que se faz hoje, tem as suas raízes nesse movimento, e confesso que de algumas derivações, não gosto especialmente. Também a alguns ouvidos, muito do que se fez então pode parecer pretensioso, mas acredito que, exceptuando os exageros normais, foi um movimento bastante positivo.
E como disse houve algumas coisas pouco aconselháveis, penso que ouvir a maior parte dos discos de Rick Wakeman não vos vai adiantar. Fiquem-se por Voyage to the Center of the Earth ou por The Six Wifes of Henry VIII que chega perfeitamente.